quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Disruptivo

Tudo secou,
A fonte não jorra mais,
E a terra arrasada
Pede misericórdia.

A infinitude da alma
Viu o ponto final.
Distúrbios insones
De melancolia sem fim...

Entre perguntas e exclamações,
As negativas venceram!

Teus beijos não mais me tocam,
Teus carinhos não mais me afagam,
Tuas palavras não mais me emocionam,
Tua imagem não mais me ilumina...

O deserto já se anuncia
Desidratando o corpo em lágrimas.
Em resistência está o coração,
Gélido a esperar a próxima estação!

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Trôpego

E a torpe tempestade

Me fez atento.

Trovões trouxeram trevas

E nenhum acalento.


Tamanho foi o trauma,

Desesperança…

Tácita turbulência,

Profunda lança!


Estático no tempo,

Entregue ao vento,

Tragado no momento,

Um excremento!


Tenaz tormento,

Tu tens dó deste traste

Ou trucidarás por dentro?


No tronco da tristeza

Floresce a tragédia…

Tramóias divinas 

Ou anedotas funéreas?


E tudo termina em um

Vil atropelo?!

Ou a trama ainda tece 

Algum desmantelo?


Trafego em sentimentos,

Trepido em lástimas,

Tripudio em culpa,

Tropeço em lágrimas…


Truque do destino?

Talvez!

Tirania drástica?

Estupidez…


Trago na vida 

A sorte dos tolos

Ou irei desbravar

O caminho dos trôpegos?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Contrações


Seca,
Devastadora de cursos d'água
Que faz minguantes
As noites de lua cheia.

Cheia,
Inundando sonhos
E botando por terra
Frutos de vid'inteira.

O tropeiro 
Da seca se faz seco
Sem riso no rosto,
Sem eira nem beira.

O ribeirinho
Da chuva transborda em lágrimas
Desolado,
Desabrigado.

Seca e cheia
Na desgraça se encontram
Vazias de razão,
Cobertas de porquês.