sábado, 19 de agosto de 2023

Distopia

O fraco sol entre nuvens,
O vento ríspido e gélido
Anunciam a tempestade
E com ela a morte de um sonho.

As carícias e afagos,
Os elogios e afetos,
Os gozos e os sentimentos
Ruíram num mar de lama.

No armário agora jaz
O frio anel de brilhantes
Que sequer teve a chance
De aquecer entre seus dedos.

Vendaval de sensações
Encabeçadas pela culpa
De ter feito meu tudo,
Mas, ainda assim, seu nada...

Idealizações implodidas,
Realidade escancarada,
Mas uma vez estapeado
Por aquilo que não se consegue ver...

Até quando habitar nessa distopia?!
Até quando me autossabotar?!
Até quando alimentar vãs expectativas?!
Até quando viver num casulo?!

A estação ainda não virou,
Mas a borboleta precisa voar...