Ora aqui
Outrora acolá...
Garoa fina e duradoura,
Depois um sol de rachar!
Tal qual fina sintonia
Por eras construídas
Nas geleiras da Suíça
Que com um simples assovio
Ou um vento forte e frio
Pode, então, desmoronar...
Mas se não há concretude
Tanto faz palha ou tijolo
Quando vir o velho lobo
E jogar seu vulgo sopro
Num lampejo de desgosto
Vamos ver tudo a voar!
E a fênix pomposa,
Que do fogo poderosa
Emergiu em polvorosa
Pode numa tempestade
Encontrar calamidade
E sua chama apagar...
Já nas mortes do inverno
O galho seco e tenro
Das gramíneas ao relento
Com o sol mantém sustento
E num espicho rebento
Vai se tornar a brotar!
No pasto verde e frondoso
Ovelha e cordeiro leitoso
Em um sumário dilema:
Se comem xilema e floema
Ou se vale mais a pena
A sombra do ipê a brilhar!
Ah o ipê! As flores! As cores!
Quebram paradigmas,
Interrompem métricas,
Hipnotizam transeuntes,
Distraem casais,
Paralisam o tempo...
E a cada primavera
O amarelo intenso
Da florzinha delicada
Alerta em serenata
Que lá vem mais revoadas
E novo regozijar!