sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Sazonalidade

Ora aqui
Outrora acolá...
Garoa fina e duradoura,
Depois um sol de rachar!

Tal qual fina sintonia
Por eras construídas
Nas geleiras da Suíça
Que com um simples assovio
Ou um vento forte e frio
Pode, então, desmoronar...

Mas se não há concretude
Tanto faz palha ou tijolo
Quando vir o velho lobo
E jogar seu vulgo sopro
Num lampejo de desgosto
Vamos ver tudo a voar!

E a fênix pomposa,
Que do fogo poderosa
Emergiu em polvorosa
Pode numa tempestade
Encontrar calamidade
E sua chama apagar...

Já nas mortes do inverno
O galho seco e tenro
Das gramíneas ao relento
Com o sol mantém sustento
E num espicho rebento
Vai se tornar a brotar!

No pasto verde e frondoso 
Ovelha e cordeiro leitoso
Em um sumário dilema:
Se comem xilema e floema
Ou se vale mais a pena
A sombra do ipê a brilhar!

Ah o ipê! As flores! As cores!
Quebram paradigmas,
Interrompem métricas,
Hipnotizam transeuntes,
Distraem casais,
Paralisam o tempo...

E a cada primavera
O amarelo intenso
Da florzinha delicada
Alerta em serenata
Que lá vem mais revoadas
E novo regozijar!