quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Farrapos!


Acabei de receber uma ligação. A notícia não é boa, mais uma briga se aproxima. E é daquelas típicas, tipo chuva de verão, que forma rápido e despenca de uma vez e com toda a força. A única diferença é que a chuva passa rápido, a briga deve render por um bom tempo. Sem vontade de ir pra casa, saio do trabalho e rumo em direção a uma praça com o objetivo de me preparar para o que está por vir. Sento num banco e, não muito tempo depois, senta-se uma senhora ao meu lado. Ela começa a falar, falar, falar... Pelo pouco que escutei ela contava histórias da sua vida. Não tava com paciência pra esse tipo de coisa e fui respondendo monossilabicamente até ela se despedir uns 20 minutos mais tarde. Observo o montante de carros, motos e ônibus ao redor da praça e já me estresso com o trânsito antes mesmo de entrar no carro. Não bastasse isso, o flanelinha ainda me arranca 5 reais por ter "olhado" o carro (na verdade só dei porque o arame na mão dele anunciava o prejuízo que eu teria se não pagasse pelo "serviço"). Tento uma rota alternativa e acabo me perdendo na cidade. Na falta de um ambulante na rua, estaciono meu carro próximo a uma padaria. Bom que já compro pão para o dia seguinte. Quando entro na padaria percebo o assalto, e quando tento sair de fininho sinto o cano de uma arma nas costas mandando eu ficar quieto e passar tudo. Ótimo, lá se foram o dinehiro, o celular, os cartões.... Mas ficou pior quando, acabada a limpa na padaria, eles decidiram roubar o carro de um dos clientes pra fugir. Qual? Bingo! Perdido, sem dinheiro e sem carro. Ótima hora para o seguro estar atrasado... Imploro dinheiro para passagem de ônibus aos poucos clientes que se safaram do assalto e consigo alguns trocados acompanhados de informações de como voltar pra casa. Atrasado e faminto, escuto os trovões ribombarem em casa antes mesmo de girar o trinco da fechadura. A mulher já está uma fera e nem espera justificativa. Depois de 40 minutos escutando seus gritos eu enfim posso dizer o que e passou. Após ser ouvido um sopro de piedade toca nela e eu ganho autorização pra jantar. Me sirvo e logo na primeira garfada, mais gritos, dessa vez desesperados. Minha mulher diz aos prantos que o Júnior está tendo uma convulsão. Às pressas pego o fusca dela e temos que correr com o menino para um pronto socorro. Já é meia noite quando chegamos e somos atendidos. O médico diz que pode ser grave e as horas vão se passando enquanto a tensão do momento não me deixa pregar os olhos. Quando o médico vem com o diagnóstico, as recomendações e decidi dar alta pro meu filhão já são 5 horas da manhã e, por fim, decidimos ir para a casa. Volto sonolento, e, como se a situação já não tivesse ruim, consigo bater na traseira de uma BMW nova. Mais um bom tempo até a polícia e o reboque chegarem e resolverem tudo (ainda não faço ideia de como eu vou pagar, mas...). Pelo menos os policias, condolentes com a situação, levaram minha mulher e filho para casa. Eu tive que pegar ônibus novamente. 8 horas da manhã, na hora de sair pro trabalho, chego em casa. Tomo banho, me arrumo e decido deitar por 5 minutinhos, mas o sono me pega de jeito, e quando acordo ainda são 8 horas, porém da noite...

Então foi por isso que não vim ontem, chefe, e se você puder pensar na possibilidade de um aumento eu não acharia ruim...
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