Esqueça o vento, a brisa, o relento.
Esqueça o mármore que refletia tua face
tingindo disforme teu pranto cruento.
Esqueça a miséria ardente do amor,
Esqueça a lamúria do canto arrependido.
Esqueça as garras cruéis e ardentes
que feriam a alma em eterno alarido.
Abandone as lembranças.
Guarde recordações em jazigos.
Monotonia em serenata
acordada a versos vazios.
Vociferar? Esbravejar? Colerizar?
Renunciar!
Destravar a velha caixa
que outrora Pandora tratou de abrir.
Libertar!
Liquidar!
Estancar!
Esquecer...
Esqueça a linguagem rebuscada dos poemas,
Esqueça a métrica inútil das palavras.
Esqueça o intenso esforço do poeta
de ocultar a ferida há muito escancarada.
Esqueça o passado sádico,
Esqueça o sofrimento dolorido.
Sopre as nuvens da intensa tempestade
que deixou em ruínas os campos floridos.
Esqueça
squeça
queça
ueça
eça
ça
a
.
E tudo acaba no ponto final.
E tudo acaba no ponto esperança.
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