quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Decadência


A sensatez bate a porta 
Mas a insanidade já faz morada 
Doces dias de solidão 
Cuja melancolia bastava 

Dos porões da realidade 
Aos confins dos desejos 
Outrora camuflados 
Em tumbas exumadas 

O vento já enfraquece 
A resiliente folha pendurada 
E mais do que breve 
O frio outonal reinará 

Sucumbem convicções 
Em campos de interrogações 
Os fins não mais são capazes 
De justificar os meios vis 

Calo-me em meio a lágrimas 
Busco sentido nas nuvens 
O chão deixa de ser o limite 
Da não mais sutil imaginação 

Me perco no horizonte 
Pra talvez me encontrar adiante 
Um pântano de sentimentos 
Uma areia movediça de mim 

Hei de aquiescer 
Quiçá crescer 
E na brisa derradeira 
Irá uma flor nascer?

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