A sensatez bate a porta
Mas a insanidade já faz morada
Doces dias de solidão
Cuja melancolia bastava
Dos porões da realidade
Aos confins dos desejos
Outrora camuflados
Em tumbas exumadas
O vento já enfraquece
A resiliente folha pendurada
E mais do que breve
O frio outonal reinará
Sucumbem convicções
Em campos de interrogações
Os fins não mais são capazes
De justificar os meios vis
Calo-me em meio a lágrimas
Busco sentido nas nuvens
O chão deixa de ser o limite
Da não mais sutil imaginação
Me perco no horizonte
Pra talvez me encontrar adiante
Um pântano de sentimentos
Uma areia movediça de mim
Hei de aquiescer
Quiçá crescer
E na brisa derradeira
Irá uma flor nascer?
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