E se de repente
Ela viesse me visitar
Com seu manto majestoso
num fim de tarde?
Seria cauteloso com os preparativos:
Decoraria a sala de estar
Vestiria meu smoking preferido
Escreveria versos sentimentais
Apreciaria os noturnos de Chopin
Me emocionaria com as aventuras de Amelie
Degustaria um confit de canard
Acompanhado de um tradicional Lafite
Me deliciaria com a chuva
O ruído tranquilizante na janela
O cheiro suave de terra molhada
O acariciar de seus pingos sobre a pele
Me aqueceria na lareira
vislumbrando entre as fagulhas
Um longa metragem de emoções
E desventuras baseado em fatos reais
Me despiria de todos infortúnios
Iria para cama nu em pelo
A espera daquela que me faria
Encontrar a outra face da felicidade
De olhos cerrados
Sentiria o roçar de seu manto retirado
As carícias dos seu longos e gélidos dedos
O prazer da união de dois corpos sedentos
E num rompante de prazer
Sentiria o calor de meu corpo
Se esvaindo pelo órgão fálico
em um longo e último suspiro
Já tendo a cama como jazigo
Seria o mais vivo dos seres
Em alguma dimensão que nem
Os sagazes poetas ousam descrever
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