De repente o fim!
Mas quantos fins?
A aranha segue tecendo
uma complexa teia...
Metamorfose silente
No escuro casulo
Que alberga o frio
cadáver de outrora...
E na crua lápide
Perpetua-se solitária
A contraditória
epígrafe final:
"Jaz nesse leito
o protótipo torto
de tudo aquilo
que ainda não fui"
Os trovões dissipam
os transeuntes
E a garoa fina encena
o véu da despedida.
Do temido mar,
Uma maré de ressaca
Entoa a sinfonia de mais
de mil orquestras!
Do úmido solo,
Emerge um delicado
Broto com ares firmes
de uma imponente sequoia!
Do tímido céu,
Uma explosão de cores
Se espalha majestosamente
como uma anunciação:
Ah, mais um fim!
Daqueles bem agridoces
com abundante recheio
de infinitos recomeços...
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