sexta-feira, 30 de julho de 2010

O recado

Começo a escrever. Algo precisa ser dito mas não sabe como. Apago. Recomeço. As palavras não parecem capazes de transmitir o recado. Será que devo ser direto? Não. Tarde demais para isso. Quando tive essa chance a coragem me abandonou. Será que o recado precisa mesmo ser escrito? Durante meses a fio pensei que estivesse transmitindo-o. Olhares, sorrisos, gestos... Até imaginei ter recebido algum tipo de resposta, mas as atitudes que se seguiram não foram condizentes com o teor da mensagem. Creio que tudo tenha esbarrado numa senhora chamada incompreensão. Deveria me desculpar, me justificar? Será que tenho alguma culpa? Algumas linhas já se foram e nada de recado. A propósito nem sei se há um. Talvez seja só mais um fruto da minha mente confusa... Parei! Sua feição invadiu meus pensamentos e me deixou sem ação. Qual seria sua reação quando soubesse? Será que entenderia? Muitas perguntas, poucas respostas, nenhum recado. Será que sou tão covarde a ponto de não conseguir nem ao menos escrevê-lo? Procuro uma lágrima, não a encontro. Minhas últimas experiências me tornaram mais frio. Queria ter alguém pra me aquecer. Queria me livrar dessa preocupação idiota que tem me subtraído noites de sono. Queria ter a indiferença que outrora acreditei possuir. Três desejos, nenhuma lâmpada mágica, nada de recado. Mais uma tentativa frustrada, porém, a última. Foi o máximo que consegui e não iria além por mais que me esforçasse. Espero que esse texto chegue nas suas mãos um dia e que você consiga captar algo nas entrelinhas. Enquanto isso vou revirando algumas caixas antigas a procura do erro cometido cujas consequências não param de me atormentar.

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